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terça-feira, 4 de maio de 2010

Velhinha Sinistra

Evan, Sam e Dave eram três arruaceiros, que em meio as suas vidas de total ócio, invadiam casas e comércios, e aproveitando da ausência dos proprietários, furtavam diversos objetos. Evan e Sam eram os mentores dos delitos, Dave, não emitia opinião alguma, apenas acompanhava os outros dois larápios.
E foi na procura por lugares a serem invadidos que descobriram uma velha casa no bairro mais afastado da cidade, que de tão afastado de tudo, lembrava uma área rural. A residência era muito antiga, rodeada por grandes árvores, parecia estar abandonada há muito tempo, pois no seu grande quintal, a grama alta cobria quase tudo. Mesmo com a aparência deteriorada da casa, e o risco de não encontrar nada de valor, só por diversão decidiram invadi-la.
Os rapazes voltaram a residência quando já havia anoitecido, e munidos de lanternas, partiram para o ato de vandalismo. Com grande dificuldade, atravessaram o matagal que se formou em frente a casa, já com a porta de entrada, não tiveram problema algum, arrombaram com facilidade. Um forte e fétido cheiro foi sentido pelos rapazes ao adentrarem a casa, chegando a ponto de causar terríveis náuseas em Dave. A total escuridão contribuía para deixar o local com um clima sombrio, isso incomodava os garotos, mas na ambição para encontrar algo de valor, continuaram com a investida. A casa possuía apenas três cômodos, todos com o chão revestido com madeira. A sala, com um velho sofá e uma estante quase que desmontando sozinha, o banheiro, de onde vinha o cheiro desagradável, e o quarto, que estava com a porta fechada. Evan foi até o quarto, abriu a porta, e quando apontou a lanterna para o interior desse cômodo, levou um grande susto. Dentro do quarto, havia uma cama muito antiga, e bem ao seu lado, aquilo que deu o enorme susto em Evan. Havia uma velha senhora sentada em uma cadeira de balanço. Espantados, ficaram observando a idosa sentada naquela velha cadeira, que mesmo com a claridade da lanterna em sua direção, não esboçou reação alguma. Sam cogitou a possibilidade de ela estar morta, e tomando a lanterna da mão de Evan, foi caminhando lentamente até a velha senhora. A idosa, com seus cabelos compridos e completamente brancos, com sua face extremamente enrugada, usava um longo vestido branco, já amarelado, coberto por um xale marrom. Sam caminhou até ficar bem em frente a velha, que continuava imóvel, e por um tempo observou seu rosto machucado pela idade. Evan disse que era melhor eles irem embora e chamar alguém para cuidar daquela situação, mas, antes, antes que pudessem deixar o quarto, aconteceu algo que os rapazes jamais poderiam imaginar. A velha senhora, que antes estava imóvel parecendo estar morta, abriu seus olhos vermelho sangue, e com um movimento rápido, agarrou Sam desfigurando o rosto do rapaz com suas unhas compridas. Sam, não suportando a dor e a quantidade de sangue que jorrava de sua face, desmaiou. Evan e Dave gritaram desesperado depois que presenciaram aquela terrível cena, eles tentaram correr, mas, a velha, de uma forma estranha e sinistra, saltou por cima da cama e conseguiu agarrar Evan dando-lhe uma mordida, cravando bem fundo seus dentes pontudos e arrancando um enorme pedaço de carne do pescoço do pobre garoto. Dave conseguiu correr para fora da casa, mas tropeçou em uma pedra e levou um tombo violento. Caído, Dave assistiu a velha sair da casa e vir rapidamente em sua direção, mas, o mais tenebroso era que, os pés da velha não tocavam o chão, a bruxa literalmente flutuava. Dave não teve reação alguma, a velha, com sua roupa suja com o sangue dos outros garotos, se aproximou e o atacou de forma violenta, segurando o pelo pescoço e cravando fundo suas unhas na garganta do rapaz. A velha bruxa ainda arrastou o corpo de Dave para dentro da casa, fechando a porta tranqüilamente.
Familiares, amigos, ninguém nunca soube como os garotos desapareceram. Durante as buscas, passaram diversas vezes por aquela casa, mas nunca desconfiaram que foi lá que os garotos foram aterrorizados e mortos por uma velha bruxa, que, pacientemente, sentada naquela antiga cadeira de balanço, aguardava suas próximas vitimas.

Autor : Felipe AG

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