.

.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Epidemia - o jornalista William


Ainda era madrugada quando o telefone tocou na casa de William.
- Alô! – atendeu William.
- Eí, precisamos de você aqui! – disse a voz de um homem.
- Oi John! O que você quer?
- Não dá para explicar pelo telefone, venha logo! – disse John, jornalista responsável pelo canal de noticias da cidade.
- Mas tem que ser agora? – questionou William.
- ... – John não disse nada, apenas desligou o telefone.
William era um excelente repórter, e por isso era sempre requisitado para cobrir as principais noticias, mas estranhou ser chamado ainda de madrugada.
Depois de tomar um rápido banho, William saiu de casa ainda mastigando as torradas do café da manhã, entrou no carro e partiu a caminho da emissora.
Ainda tentando entender porque foi chamado as pressas, e a poucos quarteirões do prédio da emissora, William se deparou com uma cena no mínimo estranha. Havia um homem andando no meio da rua, cambaleando, aparentando estar bêbado, mas William percebeu que não se tratava de um homem comum, e sim de um policial. William se aproximou devagar e posicionou o carro ao lado do homem, e foi aí que percebeu que havia algo errado. O policial estava com o rosto completamente desfigurado, havia vários ferimentos por onde escorriam sangue e pingavam diretamente na farda. William se espantou ao ver o estado em que o policial se encontrava. William pensou em ajudá-lo, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, o policial avançou sobre o carro como se quisesse agredi-lo. A janela estava aberta, e isso serviu para que o policial invadir o veiculo para agarrar William, que, no susto, pisou fundo no acelerador e saiu em alta velocidade. O policial ainda foi arrastado por alguns metros, até que caiu se chocando violentamente contra o chão. Apavorado, William nem sequer olhou para trás, seguiu em altíssima velocidade até chegar à emissora.
Ao chegar, William não falou com ninguém e foi direto para a sala do seu chefe.
- Meu Deus! Que cara é essa? – perguntou John ao ver a expressão assustada do rosto de William.
- Preciso me sentar! – disse William.
- O que aconteceu?
- Na verdade, nem eu sei!
William contou a John o estranho fato ocorrido antes de chegar ali. John se surpreendeu com o que ouviu e disse que naquele momento, teve a certeza de que algo estava realmente acontecendo. John contou que a policia e os bombeiros receberam varias chamadas de emergência, muito, mas muito acima do normal, ainda mais de madrugada. Disse também que esse era o motivo de ter chamado William, queria que ele fosse até a delegacia fazer uma reportagem sobre o que estava acontecendo.
William ainda estava atordoado, mas seu extinto e a curiosidade de um repórter, não pensou duas vezes e aceitou fazer a matéria. E com sua equipe de filmagem, foi até a delegacia.
No trajeto, William avistou muitas viaturas policiais e caminhões de bombeiros passarem por eles indo a varias direções.
- Meu Deus, o que está acontecendo – perguntou o cinegrafista.
- É o que vamos tentar descobrir! – respondeu William.
Chegando a delegacia, William percebeu a agitação. A maioria dos policiais havia saído para atender ocorrências, os poucos que restavam no prédio eram o delegado e um policial que amparava uma mulher. William fez algumas perguntas ao delegado, que respondeu dizendo que muitas chamadas eram denunciando agressões, mas estranhava o fato de receberem tantas ligações naquele horário. O delegado estava tão perdido quanto todos, não tinha a mínima idéia do que ocorria na cidade.
William se aproximou do policial que acudia a mulher e olhando para a identificação no uniforme perguntou:
- Eí Jeff, o que aconteceu com ela?
- Ela acabou de passar por um grande trauma! Ela perdeu m grande amigo! – respondeu o policial Jeff.
Jeff contou tudo o que aconteceu naquela noite, inclusive o incidente no posto de gasolina e a perca do amigo Erick na tragédia no hospital. Ao ouviu o depoimento de Jeff, William ficou mais intrigado ainda e também contou sobre o ataque que sofreu quando se dirigia ao trabalho.
- Qual é o seu nome? – perguntou William a mulher que estava em prantos.
- Annie! – respondeu ela.
Annie com muita dificuldade contou todos os terríveis fatos ocorridos no hospital.
William ficou confuso, pois nunca ouviu ou viu nada parecido com aquilo. Pessoas agredirem outras com mordidas, pessoas serem devoradas por outras, pessoas morrerem e poucos minutos depois levantarem com uma insanidade e violência incontrolável, a ponto de agredir quem vê pela frente.
Enquanto registrava o depoimento de Jeff e Annie em vídeo, alguns policiais chegaram carregando outros dois, dizendo que foram atacados por pessoas enlouquecidas, que tentaram levá-los ao hospital, mas havia pessoas igualmente insanas por lá, então tiveram que trazê-los a delegacia.
William pediu ao cinegrafista que filmasse tudo. Os policiais agredidos estavam com ferimentos no rosto, braços e mãos, sangrando sem parar. Não demorou muito e os dois policiais tiveram uma parada respiratória e faleceram.
- Já vi isso acontecer, é melhor sairmos daqui! – disse Jeff.
- Isso mesmo, vamos logo por favor! – exclamou Annie.
William não entendeu o que eles queriam dizer, mas, alguns segundos depois se apavorou com o que viu. Os policiais que aparentemente morreram, levantaram com uma insanidade absurda e partiram para cima dos outros atacando-os violentamente. O cinegrafista e companheiro de William começou a registrar toda aquela cena perturbadora. Os policiais insanos, mesmos sendo atingidos varias vezes por tiros, continuaram avançando e conseguiram agredir com mordidas outros dois homens.
- Vamos logo sair daqui! – gritou Jeff.
Só depois de algum tempo, William entendeu a gravidade da situação e decidiu sair dali.
- Vamos logo cara! Vamos sair daqui! – gritou alertando o cinegrafista.
Mas o rapaz continuou filmando tudo, mas logo foi atacado por um dos policiais insanos, nada pode ser feito por ele.
William, Jeff e Annie correram até uma viatura da policia e apressadamente fugiram dali. Já eram os primeiros raios de sol da manhã, e a situação que já era desesperadora, piorou ainda mais ao verem o estado em que se encontrava a cidade.

Continua...

Autor : Felipe AG

Para quem ainda não leu,aqui estão os primeiros contos da série EPIDEMIA.
Conto 1 - Epidemia - o pesadelo de Nathan
Conto 2 - Epidemia - Dra.Annie
Conto 3 - Epidemia - o policial Jeff

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...