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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

ESPECIAL - Contos Natalinos de Terror

Ceia de Natal
Bem era um morador de rua. Por muitos anos ele vagou sem rumo, passando por ruas, praças, pontes e qualquer outro lugar que lhe pudesse servir de abrigo. Após um desentendimento com sua família, Bem saiu de casa e passou a viver nas ruas. Mesmo com a insistência dos familiares para que retornasse ao lar, Bem preferiu continuar nas ruas.
Como acontece com quase todas as pessoas do mundo, a época de natal mexia muito com Bem. Ele relembrava dos seus dias de criança. Lembrava-se de quando passeava com seus pais a espera de ganhar presentes. Mas essas boas e ao mesmo tempo tristes lembranças nunca eram suficiente para fazer Bem retornar para sua casa.
E lá estava Ben em mais uma véspera de natal, sozinho, deitado em meio a caixas de papelão, com uma garrafa de bebida alcoólica ao lado, prestes a se embriagar e fugir da realidade.
De repente, um carro se aproximou lentamente e parou bem em frente ao local onde Ben estava. No veiculo estavam dois idosos. A senhora desceu e foi em direção a Ben. A senhora de olhar bondoso, conversou com Ben por alguns minutos, perguntou sobre sua vida e como ele chegou até aquela situação. Ela também perguntou se Ben queria passar a noite de natal com eles. A principio, Ben recusou, mas a velhinha insistiu tanto que Ben aceitou o pedido.
Chegando à casa dos velhinhos, Ben se barbeou, tomou banho e ganhou roupas novas. Há muito tempo ele não se sentia tão tranquilo assim. Enquanto a senhora preparava o jantar, Ben conversava com o senhor na sala. Minutos depois, a senhora adentra a sala e diz que a ceia está servida. Ben acompanha-os até a cozinha, mas chegando lá, não havia nada comestível na mesa, apenas utensílios de cozinha que eram usados para desossar animais de grande porte. Ben estranha tudo aquilo, mas antes que pudesse entender o que se passava, foi golpeado pelo senhor com uma barra de ferro. Ben caiu desacordado.
Pouco tempo depois Ben acorda. Ele está despido e amarrado à mesa. Ao lado, os dois idosos afiando grandes facas e olhando para Ben como se fossem animais selvagens prontos para atacar suas presas. Aquele olhar angelical dos velhinhos deu lugar a uma feição macabra. A senhora olhou fixo para os olhos de Ben e disse “Feliz Natal!” e então começou a golpeá-lo com o facão. Primeiro as mãos e os pés. Ben gritava desesperado, mas isso fazia com que os velhinhos soltassem gargalhadas sinistras. Antes de desmaiar com a intensa dor, Ben ainda viu os idosos devorarem seus membros. Ben pensou que depois de anos de sofrimento nas ruas ele teria um natal mais feliz, mas nem imaginava que ele próprio seria a ceia.

A Chaminé
Para variar um pouco as comemorações de fim de ano, uma família decidiu passar o natal em outro local que não fosse sua casa. Depois de conversarem muito sobre isso, alugaram um sitio na cidade vizinha. Um local grande, com uma bela casa e um lindo cenário de mata em volta. Seria o lugar ideal para abrigar todos os parentes, principalmente as crianças, essas que estavam mais empolgadas. Estavam certos que escolheram o melhor lugar para passar o natal.
Os adultos combinaram de um deles se vestir de Papai Noel. E essa ideia foi ainda mais reforçada quando descobriram que a casa possuía uma chaminé. Essa missão ficou a caráter de Charlie. Ele se fantasiaria de Papai Noel e desceria pela chaminé com um saco cheio de presentes.
Na noite da véspera de da natal estavam todos se divertindo, tinha churrasco e comida a vontade, as crianças brincavam e o clima não poderia ser melhor.
Perto da meia noite a criançada começou a se reunir próximo da chaminé, todas muito ansiosas. Mas uma das meninas que insistia em olhar dentro da chaminé para ver se o Papai Noel já estava por lá, disse algo que passou desapercebi por todos.
- Tem um monstro na chaminé!
Por ser a menorzinha de todas, ninguém levou em consideração.
Chegou o tão aguardado momento, Papai Noel logo desceria pela chaminé para presentear todas as crianças. A criançada estava eufórica, Charlie lá em cima do telhado esperando o momento certo de bancar o bom velhinho e se aventurar descendo pela chaminé.
As crianças não viam a hora de receber os brinquedos, mas parecia que algo não saiu como planejado. Charlie parecia estar com dificuldades para descer a chaminé, pois estava demorando muito.
De repente, gritos de dor e desespero foram ouvidos. A principio pensaram que Charlie estaria preso na chaminé, mas ao invés de descer um Papai Noel cheio de presentes, o que desceu foi uma enxurrada de sangue. O desespero foi total, todos gritando, crianças chorando, ninguém sabia o que estava acontecendo e muito menos o que fazer naquele momento. Um dos homens da casa tentou socorrer Charlie, mas foi encharcado pelo sangue que não parava de escorrer. Logo, o corpo de Charlie desceu pela chaminé. Ele estava todo ensanguentado e machucado com marcas de arranhões e mordidas. Em seguida surgiu um ser estranho. Uma criatura esquelética, com braços e pernas semelhantes às de um ser humano, mas a cabeça era muito grande, desproporcional ao seu corpo. A criatura tinha a pele escura e estava todo coberto pelo sangue de Charlie. Ao sair da chaminé, esse macabro ser mostrou os dentes pontudos para todos que ali estavam. Foi uma correria desesperada, rodos correram para fora da casa. A criatura também saiu da casa, mas não atacou ninguém, continuou correndo e sumiu adentrando a mata.
O natal que era para ser perfeito acabou em tragédia. Se ao menos alguém tivesse verificado a chaminé, ou então ouvisse o que a garotinha havia dito, poderiam ter evitado o ser sinistro que se escondia na chaminé.

Inimigo Secreto
Véspera de natal. John estava de plantão no hospital onde trabalhava. Como só poderia ir para a casa pela manhã, improvisou uma roupa de Papai Noel e junto com outros médicos, fez uma pequena comemoração de natal. Enfeitaram a sala de descanso, trocaram presentes e fizeram uma pequena ceia. Todos estavam conversando e rindo, mesmo estando longe da família, estava todos muito felizes.
Em um determinado momento da noite o segurança adentrou a sala de descanso dizendo que viu pelas câmeras de segurança que tinha um paciente andando pelos corredores do segundo andar. Disse que já fazia mais de meia hora que esse tal paciente andava de um lado para o outro parecendo estar confuso.
John estranhou o fato. Disse que não tinha nenhum paciente internado no segundo andar, e que não poderia ter ninguém naquele local. Então John, acompanhado do segurança subiu até o segundo andar para verificar quem era a pessoa que estava andando por lá. Chegando lá, os dois vasculharam todo o local, mas não encontraram ninguém. Mas antes de voltarem, o segurança alertou John de algo.
- Parece que vi algo naquela sala!
O segurança correu até a sala, e ao entrar, olhou para um determinado canto com cara de espanto e gritou.
- Ai meu Deus!
Logo em seguida a porta fechou violentamente.
John correu até a sala e ficou batendo na porta perguntando se o segurança estava bem, mas não teve resposta. Só depois de alguns minutos a porta se abriu e John pode adentrar a sala. Ele encontrou o segurança desmaiado, todo sujo de sangue. Parecia que alguém havia vomitado todo esse sangue em cima dele.
De repente, John começa a ouvir os gritos desesperados das médicas e enfermeiras que ficaram na sala de descanso. John correu para ver o que estava acontecendo, e como o elevador estranhamente parou de funcionar, ele teve que descer pela escada, e levou um pouco mais de tempo para chegar. E ao entrar na sala de descanso, encontrou todas as garotas desmaiadas, da mesma forma que estava o segurança.
John levou as mãos à cabeça. Desesperado e confuso, nem percebeu um vulto se aproximar pelas suas costas e o atacar. John logo que viu aquilo que estava atacando a ele e atacou todo mundo, reconheceu quem era. Para seu espanto, aquele que estava atacando era um antigo paciente, um homem que havia falecido há três dias.
- Vocês me mataram! – gritava o homem.
Como fez com todos os outros, o homem vomitou sangue direto no rosto de John, que nada podia fazer se não tentar se livrar. Esforço esse que não deu resultado.
- Me perdoe... Mas nada mais podia ser feito! – disse John.
O homem continuava gritando.
- Vocês me mataram! Vocês me mataram!
John em total desespero não conseguiu resistir a todo aquele horror e acabou desmaiando.
Pela manhã outros funcionários do hospital encontraram John, as medicas e as enfermeiras desmaiadas em meio a muito sangue. Ninguém entendeu bem o que aconteceu, mas ficaram horrorizados com os relatos sobre o que aconteceu na noite anterior.
John teve sim um natal inesquecível, mas foi da pior forma possível. Ele ganhou um presente que jamais pensou em ganhar.

Autor  : Felipe AG


3 comentários:

  1. Nossa! Coitado do Bem. Pensando que teria uma boa noite de Natal, encontrou a mmorte. Os parentes ainda avisaram a ele, mas não quis dar atenção.

    Esse da chaminé, que louco!
    Imagina sair uma criatura da chaminé ?!
    Ninguém acredita nas criancinhas. =/

    O do hospital foi bem sinistro também.
    Morri de medo!

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  2. Adorei todos os contos, mas gostei mais do "A chaminé", mas todos foram muito bons...

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  3. Contos muito bem narrados, que parecem histórias reais. O velho terror clássico!!!

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